AM registra mais de três mil focos de queimadas em setembro; índice é 39% menor que em 2018

Estado ocupa sexto lugar no ranking de estados da Amazônia Legal com mais ocorrências

Durante todo o mês de setembro, 3.026 focos de queimadas foram identificados em todo o Amazonas. O índice deste ano é 39% menor que o registrado no mesmo período de 2018 – com 4.928 casos -, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgados nesta terça-feira (1). Com isso, o Amazonas passou a ocupar o sexto lugar no ranking de estados da Amazônia Legal com mais ocorrências.

O dia 21 foi o que mais registrou focos de queimadas em setembro, com 294 focos. Em Manaus, a data também registrou a maior temperatura do ano – 37,3º C.

De acordo com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), a média de focos de calor registrados nos meses de setembro nos últimos cinco anos – em comparação com 2019 – caiu 20%. Já em comparação com a média dos últimos dez anos, houve queda de 8% no total de focos de calor.

Em 2019, o Amazonas já acumula 11393 casos. O número está próximo de ultrapassar o índice registrado durante todo o ano passado, que teve 11.446 focos.

Para o secretário estadual do Meio Ambiente, Eduardo Taveira, a redução está ligada às medidas de prevenção adotadas.

“Nós consideramos importante acompanhar os dados dos últimos dez anos, quando se registra o agravamento do desmatamento na Amazônia. Neste período de estiagem, que aumenta no mês de setembro, nós conseguimos reduzir em quase 40% o número de focos de calor com relação ao mesmo período de 2018. Esses dados positivos são resultado da atuação integrada da Sema com os demais órgãos ambientais, de comando e controle”, disse Taveira, por meio de assessoria.

Na Amazônia Legal, o Amazonas ocupa o sexto lugar entre os estados que mais apresentaram focos de calor durante o mês de setembro.

Ações de combate

O Governo do Estado passou a operar por meio das ações Curuquetê e Verde Brasil, com apoio do Governo Federal – por meio do Exército Brasileiro -, que enviou mais de 1,3 mil homens para cinco estado da Região Norte. No Amazonas, eles devem permanecer por, no mínimo, 60 dias.

O Sul do Amazonas, assim como a Região Metropolitana de Manaus, estão em situação de emergência desde o início do mês de agosto. Para o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), a maior parte dos casos de queimadas encontrados no Amazonas são causados por pessoas de outros estados.

Desmatamento

As queimadas no Amazonas estão diretamente ligadas ao desmatamento. Em fiscalizações da Curuquetê, vários empreendimentos já foram multados e o valor das autuações ultrapassa R$ 4 milhões.

Somente em Humaitá, uma serraria foi embargada e multada duas vezes seguidas. As autuações foram emitidas pelo Ipaam, que passou a utilizar uma nova tecnologia de cruzamentos de dados e que já possibilitou a identificação de responsáveis por desmatar 99.869,8 hectares no Estado.

Fonte: G1