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Anestesista preso por estupro é hostilizado por outros detentos ao chegar em presídio

Segundo a TV Globo, detentos de Bangu 8 começaram a sacudir as grades, vaiar e xingar Giovanni Quintella; por questão de segurança, médico ficará em cela individual que já recebeu Roberto Jefferson

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Rio – Após a audiência de custódia, ocorrida na noite desta terça-feira (12), quando foi convertida a prisão em flagrante em prisão preventiva, o médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, preso por estupro durante parto, foi transferido da Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio, para Bangu 8, no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste. Por questões de segurança, ele foi colocado em uma carceragem especial e individual de 36m² que já foi de Roberto Jefferson, político preso por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo informações obtidas pela TV Globo, por volta das 21h15, quando chegou ao local, detentos do presídio Pedrolino Werling de Oliveira, o Bangu 8, começaram a sacudir as grades, vaiar e xingar o anestesista, como forma de protesto. Dentro das cadeias, determinados crimes, estupro é um deles, não são bem aceitos por outros presos, necessitando, por exemplo, que o criminoso permaneça em cela isolada.
É o caso de Giovanni Bezerra. Por ter diploma de ensino superior, o médico tem direito, segundo o artigo 295 do Código de Processo Penal, a uma cela especial, enquanto sua prisão é preventiva. Ainda sim, mesmo que numa área destinada a pessoas com direito a essa diferenciação, Giovanni está em um cárcere individual, evitando qualquer tipo de atentado contra sua vida por parte de outros detentos.
Segundo a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), a primeira noite do médico foi calma. Tomou café da manhã (pão com manteiga e café com leite) e permanece sozinho em uma cela da Galeria F.
Polícia investiga possíveis outros estupros
Além do caso que resultou na prisão em flagrante, a Delegacia de Atendimento a Mulher (Deam) investiga a suspeita de mais outros cinco estupros praticados por Giovanni. Seriam três casos referentes ao dia 10, incluindo o que levou a prisão, além de outras três vitimas que procuraram a delegacia até esta terça-feira (12) após a repercussão do caso, inclusive de outro hospital.
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Em entrevista ao canal GloboNews, a titular da delegacia, delegada Bárbara Lomba, afirmou tudo indicar que seja um “criminoso em série”. Segundo ela, já há fortes indícios de que as outras duas mulheres, que foram atendidas por ele no dia 10, também tenham sido abusadas.
Em plenária ocorrida na noite de terça-feira (12), o Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj) aprovou a suspensão provisória da licença médica de Giovanni Bezerra. Na prática, essa atitude impede que o médico exerça a medicina em todo o país.
Segundo nota do Cremerj, a medida é um recurso para proteger a população e garantir a boa prática médica.
Ainda conforme o conselho, também está sendo instaurado um processo ético-profissional, onde sanção máxima é a cassação definitiva do registro.
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