APÓS PLÁSTICA QUE DEU ERRADO, REGINA CASÉ FICOU TRAUMATIZADA: ‘HARMONIZAÇÃO FACIAL ESTÁ NA MODA, ESTOU BEM DESARMONIZADA’

Regina Casé acredita que beleza é ângulo. Pelo menos, é isso que a atriz, que voltou na segunda-feira às telinhas em “Amor de mãe”, tenta mostrar em suas redes sociais. A intérprete de Lurdes conta que, assim como todo mundo, não está totalmente de bem com o espelho e tem resistência em exibir detalhes que não gosta do seu corpo.

— Foco nos meus pontos fortes. Tenho peitão, uso decote. Mas, quando me veem na novela e na rua, sabem o tamanho da minha bunda, não tem jeito. Faço aniversário semana que vem (dia 25 de fevereiro; esta entrevista foi feita no último dia 18), e acho que estou ótima pra minha idade. Mas não explano qual é. Não por vaidade, mas por causa do preconceito. Assim como o racismo e a homofobia, o ageísmo é horrível! Todo mundo vai envelhecer, ou morrer cedo, não tem opção — afirma Casé, que diz não frisar sua idade e explica o porquê: — Pode ser usado contra mim no meu trabalho. Posso, perfeitamente, fazer uma mulher de 50 anos, com um truquezinho. Mas, se quem vai escalar o elenco tem em mente quantos anos tenho, já pensa: “Não dá pra chamar ela”. Não é que eu queira parecer eternamente uma garotinha, entende? Tenho muito orgulho de todos os anos vividos.

Justamente por se orgulhar de tudo o que já viveu que Casé evita fazer intervenções estéticas. A atriz recorda que até chegou a fazer uma plástica, que não deu certo.

— Dezoito anos depois da cesárea da Benedita, resolvi consertar a cicatriz com uma abdominoplastia, mas deu tudo errado. Ficou pior a emenda do que o soneto, traumatizei. Não digo que um dia eu não venha a fazer outra intervenção estética, mas por enquanto eu prefiro evitar. Fico me olhando na televisão e reparando, talvez seria bom tirar um pouquinho (de pele) no contorno do rosto. Mas eu acho que plástica é igual a tatuagem: se você faz a primeira, não consegue parar mais — analisa a atriz, dando sua opinião sobre harmonização facial: — Está na moda, e eu estou bem desarmonizada. Harmonia, pra mim, só a do samba, do Xanddy, da quebradeira (risos).

A atriz e apresentadora considera que é uma das poucas atrizes que pode fazer mulheres reais e comuns. Ela afirma, no entanto, que não julga quem recorre aos procedimentos estéticos.

— Nas ruas (antes da pandemia), eu costumava ouvir: ‘Nossa, você parece filha daquela da televisão!’, ‘Nunca imaginei você com roupa azul marinho!’, ‘Por que você nunca faz o papel da mulher com roupa boa, chique?’, ‘Por que você nunca aparece assim toda bonita na TV?’. Acho que, por não ser plastificada nem botocada, sou das poucas atrizes que podem fazer mulheres reais, comuns. E o inverso também é verdadeiro: não dá para escalar uma siliconada e plastificada para interpretar uma pessoa do povo, que não tem acesso a esses tipos de tratamentos estéticos. Eu não estou julgando quem faz, não. Só estou dizendo que tem poucas atrizes para esse tipo de papel, então eu acabo ficando com ele. Confesso que estou querendo fazer uma siliconada, loura, gata, a poderosa de um condomínio da Barra, para mostrar como sou versátil (risos)”.

FONTE:EXTRA