Balsa inicia travessia de veículos pedestres e cargas sobre o Rio Curuçá após queda de ponte no AM

A travessia de veículos feita por uma balsa no Rio Curuçá, no trecho onde uma das pontes da BR-319 desabou em setembro, teve início nesta quarta-feira (2), segundo a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ).

Por meio de nota a ANTAQ informou que a balsa da empresa Amazônia Navegação, responsável por realizar a travessia sobre o Rio Curuçá, iniciou a operação de transporte de pedestres, veículos e cargas a partir da meia-noite.

A balsa começa a funcionar 35 dias após o desabamento da ponte, 24 horas por dia, com partidas a cada 30 minutos, o transporte será gratuito para todos os passageiros, conforme a agência.

A embarcação de 38 metros de cumprimento foi levada em uma carreta de um porto do Careiro da Várzea para o trecho do Rio Curuçá onde iniciou a operar, ao lado do local onde a ponte caiu.

Já no trecho onde uma segunda ponte da rodovia caiu no início de outubro, na região do Rio Autaz Mirim, o tráfego de veículos foi liberado nos últimos dias, por meio de um aterro que ligou as duas margens do rio, provisoriamente, segundo informou o Departamento Nacional de Trânsito (Dnit).

Queda das pontes

 

As duas pontes desabaram na rodovia federal – a principal via de acesso terrestre do Amazonas para outras regiões do país, em um intervalo de dez dias:

  • No dia 28 de setembro, a ponte sobre o Rio Curuça despencou, deixando quatro mortos e mais de 10 feridos. Uma pessoa segue desaparecida.
  • Já no dia 8 de outubro, a apenas 2 quilômetros do local onde ocorreu o acidente, a ponte sobre o Rio Autaz Mirim desabou poucas horas após ser interditada. Ninguém ficou ferido.

 

Ponte sobre Rio Curuçá desabou em trecho da BR-319, no Amazonas — Foto: Ruthiene Bindá/Rede Amazônica

Prejuízos

 

Além de afetar mais de 100 mil pessoas, a queda das pontes vinha provocando desabastecimento de alimentos e remédios em três cidades do Amazonas: Careiro da Várzea, Careiro – conhecido como Careiro Castanho – e Manaquiri.

“A minha moto ficou embaixo de um pé de mangueira do outro lado, porque aqui o acesso ainda não foi liberado. Mas é difícil tu subir e descer barranco. Não é fácil. Estou bem cansada”, disse a técnica de enfermagem Rosa Maria, que precisa atravessar a ponte sobre o Rio Autaz Mirim.

“Era pra ter sido mais rápido, até porque estou com um problema de saúde e preciso fazer tratamento, enfrentando o sol. Uma hora dessas era pra eu estar em casa. Triste a situação”, lamentou a agricultora Maria Socorro, que precisa fazer a travessia no trecho do Rio Curuçá.

G1AM