Cidade já havia decretado situação de emergência, mas Prefeitura informa que “a situação vem se agravando”.
Após cheia histórica no Acre, cidade do Amazonas também decreta estado de calamidade
A Prefeitura da cidade de Boca do Acre, no Amazonas, decretou na terça-feira (23) situação de calamidade pública em razão da cheia dos rios Acre e Purus. A inundação já compromete o atendimento em unidades de saúde e atividades escolares. São mais de 6 mil pessoas afetadas.
A cidade já havia decretado situação de emergência, mas a Prefeitura informou que “a situação vem se agravando”.
Praticamente toda a cidade está debaixo d’água — Foto: Defesa Civil de Boca do Acre
O decreto que estabelece a calamidade considera que o nível de transbordamento das bombas de Água do Serviço de Abastecimento (SASBA) chegou no limite do permitido.
O secretário de Defesa Civil Municipal, Jony Romeiro, disse que será necessário fazer o desligamento das bombas, o que vai afetar o fornecimento de água potável, se o nível da água continuar subindo.
De acordo com dados da Defesa Civil, são 2.118 famílias afetadas pela enchente em toda a área urbana e mais de 600 famílias, em 36 localidades da Zona Rural.
Cidade de Boca do Acre inundada pela cheia — Foto: Defesa Civil de Boca do Acre
Praticamente toda a cidade está debaixo d’água, e o atendimento médico é um dos serviços mais comprometidos. O nível da água avançou e atingiu oito dos nove prédios destinados ao serviço de saúde.
“Para atender ao colapso a saúde, nós instalamos uma unidade básica de saúde fluvial. Deslocamos para fazer atendimento emergencial, já que aqui no município, como em todo o Brasil, estamos também passando pela situação da pandemia”, disse o secretário de Defesa Civil Municipal.
Um posto fluvial de saúde foi instalado em uma área alagada — Foto: Defesa Civil de Boca do Acre
A enchente também afetou a aplicação das provas do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), que foram canceladas no município. Além disso, as aulas remotas precisaram ser suspensas.
Conforme os registros da Prefeitura, a cota de alerta é de 18,50 metros e de transbordamento é de 19m. Já a cota de transbordamento total é de 20m. No boletim de terça (23), dados da Régua Linimétrica da Secretaria Municipal de Defesa Civil apontam que a marca atingiu o 20,08 metros.
Reflexo de enchente no Acre
A enchente na cidade amazonense sofre reflexo, principalmente, do Rio Acre, que já afetou 130 mil pessoas no estado acreano.
Por conta da situação, o governador do Acre, Gladson Cameli, decretou, situação de emergência devido à cheia dos rios e também pelo surto de dengue, crise migratória na fronteira do Acre com o Peru e a falta de leitos de UTI para pacientes com Covid-19.
fonte: g1