Celular de Filipe Ret, investigado por tráfico, terá trocas de mensagens, fotos e vídeos periciados

O aparelho celular do cantor e rapper Filipe Cavaleiro de Macedo da Silva Faria, mais conhecido como Filipe Ret, apreendido em um resort em Angra dos Reis, na Costa Verde Fluminense, será enviado, nesta quarta-feira, dia 20, ao Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) da Polícia Civil do Rio. O artista é alvo de uma investigação por tráfico de drogas após um “open beck” ou “open maconha” em sua festa de aniversário e a análise pericial nos aplicativos de trocas de mensagens, em redes sociais e ainda em fotos e vídeos poderá auxiliar no inquérito instaurado na Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE).

— Iremos extrair todo o conteúdo do equipamento em busca de informações sobre o crime em apuração, como conversas que ele manteve antes e depois da festa e mídias que ele mesmo possa ter produzido durante o evento — explica o delegado Marcus Amin, titular da DRE.

A quebra de sigilo de dados do celular foi deferida pela juíza Simone de Faria Ferraz, em exercício na 23ª Vara Criminal, que ainda expediu de mandados de busca e apreensão em cinco endereços ligados ao rapper, em apartamentos na Zona Sul, como Flamengo, Glória, Laranjeiras e Catete, e também no Vivo Rio. Na decisão, a magistrada determinou que fossem recolhidos na casa noturna equipamentos eletrônicos, como computadores e HDs que se refiram ao evento de Filipe Ret. Nos apartamentos do rapper, assim como no resort onde ele estava hospedado, foram apreendidos maconha e materiais para embalar a droga

Direito ao silêncio

Por isso, o cantor foi conduzido até a sede da DRE, no Jacarezinho, Zona Norte do Rio, e autuado porte de drogas para uso pessoal. Na delegacia, Filipe Ret se reservou ao direito constitucional de se manter em silêncio e assinou um termo circunstanciado em que assume o compromisso de participar de todos os atos do processo junto ao Juizado Especial Criminal (Jecrim). Aos jornalistas, ele chegou a falar sobre sua agenda de shows e sobre o lançamento de um single, mas também nada declarou sobre as investigações.

Ainda segundo o delegado, as investigações tiveram início, no início do mês, para investigar o artista pelo crime de tráfico de drogas quando as imagens da festa, no dia 23 de junho, no Vivo Rio, viralizaram nas redes sociais. Em imagens postadas no Instagram por Filipe Ret, ele segura um balde azul com o que parece ser cigarros da droga dentro. Nas postagens no perfil do cantor, outros artistas chegam a mencionar o “open maconha”. “Rodízio de baseado”, escreve o também rapper Patrick Silva, o PK Delas. “Baldin da alegria”, diz outro cantor.

O crime de tráfico de drogas está previsto no artigo 33 da Lei 11.343 de 2006, que descreve diversas condutas que caracterizam o ilícito, proibindo qualquer tipo de venda, compra, produção, armazenamento, entrega ou fornecimento, mesmo que gratuito, de drogas sem autorização ou em desconformidade com a legislação pertinente.

A assessoria do rapper informou, em nota, que “após cumprir uma agenda intensa de shows e lançamentos, Filipe Ret foi para Angra dos Reis com a sua família e amigos para um período de descanso. Na manhã desta terça-feira, 19 de julho, o artista foi surpreendido por uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que o conduziu para a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE-RJ), na Cidade da Polícia, no Jacarezinho, na Zona Norte. Houve uma ação em que foram apreendidos pertences pessoais do artista. Filipe Ret, que já se declarou usuário de maconha, foi conduzido à delegacia e foi lavrado apenas um termo relativo à posse de maconha para uso pessoal. Qualquer alegação diferente desta se trata de uma afirmação descolada da realidade e única e exclusivamente do interesse de terceiros. Filipe Ret agradece o carinho dos fãs, da família e de amigos.

Já o Vivo Rio disse que o estabelecimento “colaborou e continua colaborando com todo o processo de investigação para este caso. As imagens do circuito interno de segurança da casa de espetáculos foram cedidas assim que foram solicitadas”. A nota afirma ainda que “o Vivo Rio firma a sua integridade e ética diante das informações solicitadas pelas autoridades envolvidas”.

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