Evangélicos e mais pobres são os que menos apontam ter candidato ao governo do Rio, mostra pesquisa Ipec

Pesquisa Ipec divulgada na segunda-feira aponta que os eleitores mais pobres e os evangélicos são os que menos declaram voto nos pré-candidatos a governador do Rio. No cenário que considera sete pré-candidaturas já oficializadas pelos partidos, o governador Cláudio Castro (PL) e o deputado Marcelo Freixo (PSB) ficam tecnicamente empatados na liderança, com 18% e 17% das intenções de voto, respectivamente. A margem de erro é de três pontos percentuais.

Nesse cenário, 30% declaram voto em branco ou nulo e 13% não responderam. Já entre os evangélicos e os eleitores com renda familiar mensal até um salário mínimo, 35% declaram voto branco ou nulo. O percentual dos que não respondem ficou em patamar semelhante.

Com até 48% de eleitores indefinidos, esses segmentos apresentam as maiores distâncias de votos brancos, nulos e abstenções para o desempenho dos candidatos. Entre os mais pobres, por exemplo, Castro e Freixo aparecem com 14% e 13%, respectivamente, mais de 30 pontos abaixo do percentual de quem não vota em ninguém. Em faixas de renda intermediárias, essa distância chega a cair para dez pontos. Entre os mais ricos, brancos, nulos e indecisos somam 24%, Freixo tem 27% e Castro aparece com 31% dos votos.

No caso dos evangélicos, enquanto Castro aparece com 23% neste primeiro cenário, Freixo e o ex-prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT), figuram com 9%. Outros pré-candidatos, como Felipe Santa Cruz (PSD), ex-presidente da OAB, e Paulo Ganime (Novo), ficam com desempenhos entre 1% e 2% nesses segmentos.

Em outro cenário da pesquisa, que considerou o ex-prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos), como postulante ao governo, há um triplo empate técnico na liderança entre ele, Castro e Freixo. Nesse cenário, Crivella é o mais citado pelos eleitores mais pobres, com 22%, e entre os evangélicos, com 23%, e os dois segmentos passam a ter um volume de indefinidos mais próximo à média da pesquisa.

Crivella, segundo interlocutores e aliados, têm sugerido em conversas que teria interesse em concorrer ao Senado. O Republicanos, seu partido, que faz parte da base de apoio do governador Cláudio Castro, pretende lançar o ex-prefeito a deputado federal.

No recorte por renda, Castro e Freixo, que lideram as intenções de voto entre as pré-candidaturas já apresentadas, têm comportamentos semelhantes: seu desempenho sobe conforme aumenta a remuneração do eleitorado. Os percentuais também são similares. Entre os mais pobres, Castro tem 14%, e Freixo, 13%. Na faixa de maior renda, com remuneração familiar acima de cinco salários mínimos, o atual governador figura com 31%, enquanto o pré-candidato do PSB tem 27%.

Nos estratos por religião, enquanto Castro aparece com vantagem para os demais pré-candidatos entre os evangélicos, Freixo aparece numericamente à frente entre os católicos, com 19%, contra 16% para o atual governador.

A pesquisa do Ipec não considerou, nos cenários estimulados, as pré-candidaturas do ex-governador Anthony Garotinho (União) e de Emir Larangeira (PMB), coronel reformado da Polícia Militar. No caso de Garotinho, o presidente nacional do União Brasil e pré-candidato à Presidência, Luciano Bivar, afirma que a sigla mantém por ora o apoio a Castro, e que o pedido do ex-governador para lançar sua candidatura será avaliado por um comitê partidário. Na semana passada, o presidente do diretório fluminense do União, Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho, declarou ao GLOBO que Garotinho seria candidato “com as bençãos” de Bivar.

O levantamento foi encomendado pela Rio Indústria e realizado entre os dias 19 e 22 de maio, com 1.008 entrevistados em 32 municípios do estado. A margem de erro é de três pontos, e a pesquisa está registrada no TSE sob o protocolo RJ‐07114/2022. O nível de confiança é de 95%.

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