Impeachment: Witzel se manifesta após sofrer derrota na Alerj: ‘A minha luta é pela democracia’

Depois de sofrer uma derrota na comissão especial da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), que aprovou, por unanimidade, o parecer favorável à continuidade do processo de impeachment, governador afastado Wilson Witzel se manifestou nas redes sociais. Em seu perfil no Twitter, Witzel afirma que tem sofrido um “linchamento político”, mas diz receber “com respeito e tranquilidade a decisão da comissão da Alerj”.

“Venho sendo acusado sem provas e sem direito à ampla defesa, inclusive no STJ. A minha luta é pela democracia, é para que um governador eleito pelo povo possa prosseguir e concluir o seu mandato. Combati o crime organizado e a corrupção, que tentou se instalar no meu governo. Eu determinei a investigação dos contratos da Saúde e afastei os suspeitos. O linchamento político do qual tenho sido vítima deixará marcas profundas no RJ. Recebo com respeito e tranquilidade a decisão da comissão da Alerj. Além da defesa por escrito, antes da votação em plenário farei a minha defesa presencial, demonstrando que não cometi crime de responsabilidade. Tenho confiança em um julgamento justo”, escreveu em sua rede social.

 

 

 

 

O relatório produzido pelo deputado Rodrigo Bacellar (SDD) recebeu sim dos 24 deputados presentes. O documento defende o andamento do processo e aponta o ato de requalificação da Organização Social (OS) Unir Saúde como um dos principais motivos para o impeachment. A votação na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) está prevista para a próxima quarta-feira, dia 23.

Dois dias antes da votação, na terça-feira, dia 15, Witzel enviou um vídeo a deputados e fez apelo contra impeachment. Na gravação, de pouco menos de dois minutos, para grupos de Whatsapp de políticos. Acompanhado por uma música de fundo e com diversos cortes na filmagem, Witzel fala em tom duro e faz críticas ao Ministério Público Federal, que, segundo ele, apresentou acusações “levianas”, e afirma que nunca praticou qualquer ato irregular.

“Eu combati a corrupção, combati o crime organizado. A corrupção que vinha há anos no estado do Rio de Janeiro, que não seria retirada de uma hora pra outra, tentou se instalar no nosso governo. Mas aqui foi rapidamente descoberta”, diz o ex-juiz em parte do discurso.

O que acontece agora?

Agora, após a comissão especial aceitar o relatório, a denúncia será levada para discussão e votação dos 70 deputados em plenário. Para o impeachment ser aprovado, dois terços dos parlamentares precisam ser favoráveis, ou 47 votos. Se isso acontecer, o processo será encaminhado ao Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) para a formação de uma comissão mista de julgamento.

Agora, após a comissão especial aceitar o relatório, a denúncia será levada para discussão e votação dos 70 deputados em plenário. Para o impeachment ser aprovado, dois terços dos parlamentares precisam ser favoráveis, ou 47 votos. Se isso acontecer, o processo será encaminhado ao Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) para a formação de uma comissão mista de julgamento.

Esse grupo, formado por cinco parlamentares escolhidos pela Alerj e cinco desembargadores sorteados, conduzido pelo presidente do TJ-RJ, é que dá a palavra final sobre a cassação de Witzel, o que efetivaria o vice Cláudio Castro no cargo.

O julgamento pela comissão mista tem prazo de até 180 dias para ser concluído. Nesta fase do processo podem acontecer depoimentos de testemunhas de acusação e defesa.

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