Massoterapeuta alega que fazia drenagem linfática quando mulher passou mal e morreu em clínica na Zona Oeste

A massoterapeuta que realizava um procedimento quando a auxiliar de serviços gerais Marise Silva de Souza, 50 anos, passou mal e morreu, prestou depoimento nessa quinta-feira na 35ª DP (Campo Grande) e negou ter realizado qualquer tratamento estético invasivo na mulher. A família de Marise afirma que ela foi à clinica para fazer uma gluteoplastia — procedimento nos glúteos. No entanto, a profissional alega que estava fazendo uma drenagem linfática quando Marise começou a se sentir mal e morreu.

Em seu depoimento, a massoterapeuta afirmou que a auxiliar de serviços estava fazendo uma drenagem nas pernas e na barriga quando começou a relatar que não estava se sentindo bem e não conseguia enxergar. A profissional informou que logo acionou o Corpo de Bombeiros para prestar socorro. De acordo com o relato da família, quando os militares chegaram, a mulher já tinha morrido.

Segundo a massoterapeuta, Marise a procurou no início de agosto para realizar drenagem linfática. Segundo o depoimento dela, a cliente fechou um pacote de 10 sessões de massagens e depois disso, se interessou pelo tratamento nos glúteos, que a massoterapeuta afirmou não realizar na clínica.

De acordo com informações da Polícia Civil, o laudo cadavérico apontou morte natural por edema pulmonar e infarto de miocárdio. Além disso, segundo as investigações, não foi encontrado nenhum vestígio de violência no corpo de Marise. De acordo com o delegado assistente da 35ª DP e responsável pelo caso, Marcus Montez, nenhuma linha de investigação é descartada no momento.

— Ouvimos a massoterapeuta e até o momento nenhuma linha de investigação foi descartada. O laudo cadavérico indica uma morte natural. A investigação não foi encerrada e a família ainda será ouvida — explicou Montez.

A clínica também foi periciada, segundo o delegado, não foi encontrado nenhuma irregularidade aparente, remédios ou produtos de uso proibido.

Familiares e amigos de Marise estiveram no cemitério de Ricardo de Albuquerque, na tarde desta sexta-feira, para se despedirem. No enterro, a família de Marise Silva informou que ela saiu de casa para fazer o procedimento nos glúteos ao meio-dia da última quarta-feira. Depois do procedimento, ela teria ficado internada no local e passou mal. Por volta das 21h, a família recebeu a notícia da morte.

De acordo com uma das filhas de Marise, Juliana Souza, a mãe foi à clinica de estética na manhã de quarta-feira para realizar o procedimento de gluteoplastia — para aumentar os glúteos. Juliana também afirma que a mãe nunca foi fazer drenagem linfática com a massoterapeuta.

— Ela falou que fazia (gluteoplastia), que já tinha feito em outras mulheres. Mandou fotos e vídeos para minha mãe dizendo que sabia fazer o procedimento e mostrou que era uma profissional de verdade e minha mãe acabou caindo na armadilha dela — contou Juliana.

Marise conheceu a clínica através de amigas, que já tinham realizado procedimentos estéticos com ela. Há aproximadamente um mês, ela fez uma aplicação de botox no rosto e se interessou pela gluteoplastia, marcada para quarta-feira. Ainda segundo a família, o procedimento nos glúteos custou R$ 3.500. Parte do valor foi pago no dinheiro e outro através de Pix.

A família informou que o Corpo de Bombeiros foi acionado após Marise passar mal. A Polícia Civil também foi chamada para realizar uma perícia no local. A família foi avisada da morte pela própria polícia.

Juliana alegou que a massoterapeuta não entrou em contato com a família em nenhum momento após a morte. Segundo a filha da vítima, a mulher apagou as redes sociais e bloqueou o número de telefone.

— Ela simplesmente sumiu do mapa para ninguém encontrar ela. Ela não entrou em contato com ninguém, não procurou ninguém. Só falou com os policiais e sumiu — afirma Juliana.

A filha também conta que outras famílias a procuraram para relatar que além de Marise, outras pessoas já morreram após procedimentos com a massoterapeuta.

— A gente quer justiça. Hoje foi minha mãe, e se a gente não correr atrás para ela ser presa, amanhã pode ser a mãe de outra pessoa. Minha mãe não morreu em vão, a gente também está aqui para alertar outras pessoas — desabafa a filha de Marise.

Marise deixa duas filhas gêmeas e um filho de 14 anos.