Parintins 2022: segunda noite marcada por apresentações apoteóticas

A segunda noite do 55º Festival Folclórico de Parintins trouxe duas apresentações apoteóticas dos bumbás Caprichoso e Garantido, no sábado (24/06/2022), na arena do Bumbódromo.

O Festival Folclórico de Parintins finaliza sua 55ª edição neste domingo (27/06/2022) e, desta vez, o Garantido inicia a festa do folclore parintinense, na arena do Bumbódromo, a partir das 20h.

O público que não conseguiu ir para o festival, na Ilha da Magia, tem um espaço no Largo São Sebastião, em Manaus, que transmite a emoção do espetáculo ao vivo.

Caprichoso

O Caprichoso foi o primeiro a se apresentar e a identidade cabocla foi homenageada pelo Touro Negro, que ressaltou na arena o respeito e a simbiose entre os caboclos e a floresta, em sua figura típica regional. Voos em drones e muito show no ar, fizeram a galera delirar.

“A gente usa a tecnologia para fazer a manutenção da nossa tradição. Para melhor contar as nossas histórias. Se nós temos condições de fazer voar na arena, nós vamos fazer”, comenta o presidente do conselho de arte do Caprichoso, Erick Nakanomi.

Outro ponto alto da apresentação foi a lenda amazônica – “Os trilhos da morte”, que interagiu com a galera azulada e impressionou o público com a narrativa da construção da ferrovia Madeira-Mamoré, no início do século 19, em Rondônia. Os fantasmas da ferrovia invadiram as arquibancadas, levantando a galera do boi azul.

Garantido

O Garantido encerrou a segunda noite com o protagonismo negro na região norte, apresentando a diáspora negra na Amazônia e o movimento da Cabanagem na região do Grão-Pará. A figura típica entrou na arena com oito módulos de até 18 metros de altura. O protagonismo negro também foi representado pelo levantador de toada, Edilson Santana.

“Nosso espetáculo é como a baixa do São José, é no chão, na terra de Parintins, ancorado no solo sagrado dessa ilha”, declara o membro da direção geral de espetáculo do Garantido, Mencius Melo.  Xandoré e Ticê, lendas da etnia tupi-guarani entraram com imponência no Bumbódromo. O boi vermelho e branco contou que Xandoré era a personificação do ódio, inveja e rancor.

Enquanto Ticê era uma poderosa mulher capaz de enganar maus espíritos e proteger outras mulheres, inclusive grávidas. A toada composta por Ronaldo Barbosa Jr. pede que as mulheres clamem a Ticê.

FONTE: Vocativo