PF deflagra operação em 8 estados e DF contra desmatamento ilegal na Amazônia

AM teve 19 pessoas presas; ex-superintendente do Ibama está em grupo.

A Polícia Federal, com apoio do Ministério Público Federal, deflagra na manhã desta quinta-feira (25) a operação Arquimedes com objetivo de desarticular esquema de corrupção responsável por extração ilegal de madeira na floresta amazônica. Um ex-superintendente do Ibama foi preso durante a ação. Outras 18 pessoas foram presas no Estado. Equipes da PF ainda estão nas ruas de outros sete Estados, além do Distrito Federal.

Foram expedidos 23 mandados de prisão preventiva, seis de prisão temporária, 109 mandados de busca e apreensão cumpridos no Amazonas, Acre, Paraná, Mato Grosso, Minas Gerais, Rondônia, Roraima, São Paulo e Distrito Federal. Além disso, foram autorizados bloqueios de mais de R$ 50 milhões nos CNPJs das empresas investigadas e outras 18 medidas cautelares.

Com um servidor do Ipaam, foram encontrados R$ 205 mil em espécie.

Em coletiva de imprensa, a PF disse que corrupção ocorria entre servidores e engenheiros e madeireiros tinha o objetivo de obter celeridade dentro do órgão, passar fila, e obter também informações sobre fiscalização nos locais de mata. Alguns pagamentos eram feitos diretamente entre servidores e madeireiros, com transação bancária direto ou quantias em espécie.

O ex-superintendente do Ibama José Leland foi um dos presos na operação. Segundo informações da Rede Amazônica, ele era alvo de um mandado de busca e apreensão e acabou preso em flagrante por ter uma arma de fogo sem autorização.

A operação investiga a corrupção entre servidores de um órgão ambiental estadual, engenheiros florestais, detentores de planos de manejo e proprietários de empresas madeireiras.

A PF atua em duas principais frentes de investigação criminal por meio de dois inquéritos policiais: a primeira, sobre a extração, exploração e comércio ilegais de madeira, e a segunda, sobre a corrupção entre servidores de órgão ambiental estadual, engenheiros ambientais, detentores de planos de manejo e proprietários de empresas madeireiras.

Os investigados responderão, dentro das suas condutas, pelos crimes de falsidade ideológica no sistema DOF, falsidade documental nos processos de concessão e fiscalização de PMFS (Plano de Manejo Florestal Sustentável), extração e comércio ilegal de madeira, lavagem de bens, direitos e valores, corrupção ativa e passiva e de constituição de organização criminosa.

(*colaboraram Luciano Abreu, Cesar Nunes e Alexandre Hisayasu, da Rede Amazônica)

Fonte: G1